sexta-feira, 21 de junho de 2013

Reflexões pós cachaça

Levantei da cama lentamente, corpo cansado, tão tonta que não conseguia parar em pé, segui tropeçando até o banheiro. Me olhei no espelho, meus joelhos e cotovelos estavam roxos e me perguntei o porque estava com a camisa dele, o seu perfume já estava em mim e mesmo sem sentido algum, me senti feliz. Liguei o chuveiro e enquanto a água quente caia sobre minha cabeça, tentei lembrar o que havia acontecido na noite passada. Fui me lembrando aos poucos, mas existia intervalos blecauteados. Lembrava muito bem o porque de tudo, mas lembrei principalmente que a vida vem sendo tão injusta e inútil que o melhor a fazer era ir até o boteco mais próximo e pedir a berita mais barata e imunda... Encher a cara com a cachaça mais vagabunda e ouvir o dono do boteco contar a sua vida ali mesmo pra mim, só me vejo saindo por aquela porta pra fazer tudo de novo, meu desespero continua, sentada numa mesa de um bar qualquer fumando um cigarro atrás do outro eu continuo, continuo e continuo. contei a minha vida inteirinha pro moço do bar, ele ouviu tudinho e depois ainda me deu uma cachaça de graça, fui embora tonta, cheguei em casa quase morrendo. Essas relações humanas estavam começando a me incomodar e incomodar e incomodar, frágil demais, estúpido demais, uma hora é a gente, depois é o outro, mas sempre, sempre alguém caga. Enfim, quando a vida lhe espanca diariamente, o melhor é ter infinitos blecautes, acordar e esperar as cicatrizes se curarem.

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